Delegado afirma que marido sabia da traição desde 2023 e já havia atacado a esposa quando teria descoberto o relacionamento extraconjugal

Foto: Reprodução/Oops notícias na hora

Na manhã desta quarta-feira (10), o delegado Marcelo Pereira Dias concedeu coletiva de imprensa e revelou novos detalhes sobre o homicídio que chocou Foz do Iguaçu. O crime aconteceu no dia 3 de setembro, na Vila C, quando Evandro Martins matou, a facadas, Clynton Moisés Lopes, de 31 anos, amante de sua esposa.

Segundo o delegado, a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado após pedido da Polícia Civil e parecer favorável do Ministério Público. A decisão levou em conta a brutalidade do ataque, o risco de reincidência e a necessidade de proteger a esposa, considerada testemunha-chave do caso.

Histórico de violência

Durante a coletiva, Marcelo Pereira Dias destacou que não foi a primeira vez que a situação de infidelidade gerou violência. Em setembro de 2023, ao descobrir o relacionamento extraconjugal, Evandro agrediu a própria esposa, mas ela decidiu não representar criminalmente contra o marido. Para a polícia, essa omissão favoreceu a repetição da violência.

Depoimento e prisão

Evandro prestou depoimento na segunda-feira (08), afirmando que havia saído para o trabalho com a filha mais velha e retornado à casa para buscar um cartão de alimentação. Segundo ele, desligou a energia da residência para cortar o barulho do ar-condicionado, que fazia muito ruído. Ao abrir a porta do quarto, encontrou Clynton e alegou ter sido ameaçado de morte.

O acusado disse que pegou uma faca na cozinha e iniciou a briga. Relatou ter sofrido cortes nas mãos durante o confronto e contou que furou os pneus do carro da vítima para evitar perseguição. Evandro afirmou ainda que sofreu um “apagão” e não se lembra dos momentos finais do ataque.

Após prestar depoimento, ele foi preso preventivamente na terça-feira (09) e encaminhado à Cadeia Pública Laudemir Neves, onde permanece à disposição da Justiça.

A versão da esposa

O relato da esposa diverge da versão do acusado. Ela contou que estava dormindo ao lado de Clynton quando ouviu um barulho semelhante a curto-circuito e a casa ficou às escuras. Logo depois, viu o marido já com duas facas em mãos.

A luta se espalhou por diversos cômodos, deixando marcas de sangue no quarto, corredor, cozinha, quintal e até perto do veículo. Mesmo caído e sem reação, Clynton continuou sendo atacado. Segundo a esposa, o agressor chegou a chutar a cabeça da vítima, que agonizava no quintal.

Homicídio qualificado

De acordo com o delegado Marcelo Pereira Dias, o caso configura homicídio qualificado, tanto pelo uso de meio cruel — que prolongou o sofrimento da vítima — quanto pela impossibilidade de defesa.

“Os laudos periciais ainda estão em andamento, mas os indícios apontam que a vítima sofreu uma agonia prolongada, possivelmente morrendo em decorrência de hemorragia aguda causada por múltiplos ferimentos de faca”, afirmou o delegado.

Fonte: Portal da Cidade