Foto: Christian Rizzi

Uma operação deflagrada pelo Grupo Especial de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) teve como principal alvo um empresário dono de um “império” de eletrônicos. A ação, chamada de “Mercado de Pandora”, ocorreu em 16 de setembro, mas ele segue foragido da Justiça. Jorbel Griebeler, dono da Cellshop, um das principais lojas de produtos eletrônicos da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, teve expedido contra ele um mandado de prisão. Griebeler é bastante conhecido por figurar algumas das principais peças de divulgação do empreendimento. Até esta quarta-feira (1), a informação apurada pela coluna era de que o mandado seguia aberto.

Segundo as investigações do Gaeco, identificou-se a utilização de empresas de fachada, conhecidas como “noteiras”, que emitiam notas fiscais fictícias para comercializar principalmente smartphones sem o devido recolhimento de tributos. Quando uma dessas empresas era descoberta, era rapidamente desativada e substituída por outra, mantendo a atividade ilícita. A decisão que autorizou a prisão do empresário é da Vara Estadual de Combate ao Crime Organizado do Judiciário catarinense.

Além da sonegação estimada em cerca de R$ 45 milhões, também foram apurados crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documentos falsos, incluindo movimentações financeiras em criptomoedas e ativos digitais. O valor milionário apurado é o que teria deixado de ser repassado para os cofres públicos catarinenses, mas estima-se que a quantia possa ser maior.

A operação Mercado de Pandora ocorreu após os trabalhos da 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Chapecó – Promotoria Regional da Ordem Tributária. Foram cumpridos mandados em quatro Estados. Ao todo, eram 15 mandados de prisão preventiva, 44 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios contábeis e sedes das empresas fictícias, 38 ordens de bloqueio de bens e valores de pessoas físicas e 31 ordens de bloqueio de bens e valores de pessoas jurídicas. O valor solicitado para bloqueio atinge R$ 227.693.596,10.

Griebeler é uma figura conhecida no Paraná, principalmente na região de Foz do Iguaçu. A CellShop é conhecida como um “império” de produtos eletrônicos, bastante frequentada por quem faz compras em Ciudad Del Este, cidade paraguaia que fica na fronteira com o Brasil, onde está Foz do Iguaçu. Dias antes da operação, o empresário recebeu o título de cidadão honorário da cidade paranaense, na Câmara de Vereadores.

Nas redes sociais, após a repercussão da operação, a defesa de Griebeler divulgou uma nota. O texto diz que o nome dele foi citado em investigações de grande repercussão, mas ele afirma “que todas as acusações são infundadas e serão rebatidas judicialmente”. A nota ainda acrescenta que o empresário “conta com uma equipe jurídica para esclarecer os fatos e restabelecer a verdade”. Por fim, diz que “reafirma seu compromisso com a transparência e a confiança de seus apoiadores, expressando gratidão pelo apoio recebido”.

Fonte NSC